As jiboias são serpentes comuns no Brasil e despertam curiosidade e temor em muitas pessoas. Apesar de não serem venenosas, a presença desses animais pode causar preocupação, especialmente em áreas urbanas.
Não é raro ver notícias de cobras em estradas, por exemplo. Um caso recente e que gerou espanto foi uma cobra de grande porte que surpreendeu motoristas ao atravessar a rodovia Rio-Santos, na altura de Mangaratiba, na Costa Verde. O vídeo impressionante registrou o réptil que queria chegar ao outro lado da via.
Em Nova Mutum, Mato Grosso, uma moradora da cidade levou um susto ao tentar filmar uma jiboia que atravessava a estrada próximo à comunidade Ranchão. Ao se aproximar para registrar o momento e, segundo ela, garantir que o animal não fosse atropelado, a cobra deu um bote na direção da mulher. Felizmente, a jiboia não conseguiu atingi-la e seguiu seu caminho para a vegetação.
Na zona rural de Formiga, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, uma jiboia causou um susto aos moradores de uma casa. O Corpo de Bombeiros foi acionado para realizar a captura do animal, que estava no telhado da varanda e demonstrava comportamento agressivo.

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VÍDEO: Jiboia gigante atravessa rodovia Rio-Santos
Presença no Brasil
De acordo com o biólogo Heitor Farias, a jiboia ( Boa constrictor ) é uma serpente de grande porte, podendo atingir até quatro metros de comprimento, sendo a segunda maior serpente brasileira, perdendo apenas para a sucuri em tamanho.
Elas estão distribuídas por praticamente todos os biomas do país e preferem locais com luz indireta, podendo ser encontradas tanto no solo quanto em árvores. "São animais mais ativos no período noturno e podem habitar diferentes regiões do Brasil", explica o especialista em entrevista ao iG.

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Onde tem jiboia no Brasil e o que fazer ao encontrar uma?
Uma descoberta feita pelo jornal científico PLUS ONE, desde 2024, o Brasil possui oficialmente uma espécie exclusiva de jiboia nomeada de Boa atlantica . Essa serpente é endêmica da Mata Atlântica e ocorre entre os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. Mas assim como todas as outras espécies, essas jiboias não possuem peçonha.
Apesar de seu tamanho impressionar, as jiboias não oferecem riscos as pessoas. "Essas serpentes não são venenosas e não costumam atacar humanos", garante Farias.
Seu método de caça envolve a constrição, ou seja, elas envolvem a presa e a sufocam antes de engolir. Seu cardápio inclui pequenas aves, répteis e mamíferos. No entanto, animais domésticos de pequeno porte, como gatos e cães, podem estar em risco se uma jiboia estiver caçando na região.

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Jiboia se alimentando
Como agir ao encontrar uma jiboia?
Se uma jiboia for avistada, a melhor conduta depende do local onde ela está.
"Mesmo não sendo venenosas, não é recomendada a interação direta", alerta o biólogo. "Em áreas urbanas, a ação correta é acionar órgãos ambientais como a polícia ambiental ou o Corpo de Bombeiros para que os profissionais façam o resgate adequado. Já em áreas rurais, a orientação é deixar a serpente seguir seu caminho, pois ela desempenha um papel importante no controle de pragas, como ratos.", orienta o profissional.

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A Guarda Municipal de Maricá resgatou uma jiboia numa casa na Estrada do Retiro. O animal estava ferido e foi levado para atendimento veterinário. A prefeitura reforçou que ninguém deve tentar capturar ou matar animais silvestres. O correto é chamar os especialistas. Guardas treinados para o manuseio de animais fizeram o resgate.
Diferenças entre jiboias e sucuris
Muitas vezes confundidas, jiboias e sucuris possuem diferenças marcantes. "As sucuris são maiores, chegando a 8 ou 9 metros, e possuem hábitos semi-aquáticos, enquanto as jiboias são tanto terrestres quanto arborícolas", explica Farias. Além disso, as sucuris têm capacidade de caçar presas maiores do que as jiboias, que se alimentam de animais relativamente pequenos.
Ameaças e conservação
As populações de jiboias enfrentam diversas ameaças no Brasil. "Problemas como destruição do habitat, caça ilegal para o tráfico e atropelamentos em estradas são as principais preocupações", destaca o biólogo.
Além disso, muitas pessoas matam os animais por medo, mesmo sem eles representarem um perigo real. Para garantir a proteção dessa espécie, Farias enfatiza a importância da preservação ambiental e da conscientização da população sobre o papel ecológico dessas serpentes.
Com informação e respeito à fauna, é possível conviver harmoniosamente com as jiboias e contribuir para a manutenção do equilíbrio ecológico.