Faculdade em SP expulsa alunos por faixa com alusão a estupro
A decisão foi tomada após sindicância aberta para investigar a conduta dos estudantes durante um torneio esportivo na universidade
Por José Coutinho | 29/04/2025 05:57 - Atualizada às 29/04/2025 08:10

Reprodução/redes sociais
Alunos de faculdade exibem faixa e fazem apologia ao estupro
Outros 11 alunos foram suspensos. As punições foram anunciadas na noite desta segunda-feira (28), por meio de comunicado nas redes sociais da instituição.
A decisão foi tomada após sindicância aberta para investigar a conduta dos alunos durante a Intercalo, competição voltada a calouros. Em uma das imagens que circularam nas redes sociais, um grupo de estudantes aparece segurando um bandeirão com a frase: “entra a p..., escorre sangue”. O caso gerou forte repercussão e levou a faculdade a acionar o Ministério Público e a Polícia Civil.
Segundo a instituição, os envolvidos protagonizaram "gestos e atos agressivos, considerados machistas e misóginos". A bandeira e os cantos entoados pelos alunos remetem a um antigo hino da atlética da faculdade, banido em 2017 pelo teor sexual, violento e misógino.
Além da expulsão de 12 alunos, a sindicância resultou em sanções regimentais a outros 11 estudantes, entre suspensões e outras medidas disciplinares não detalhadas.
“A Faculdade Santa Marcelina comunica que as sindicâncias instauradas no dia 21 de março de 2025 em decorrência dos fatos ocorridos em 15 de março, com integrantes da Associação Atlética Acadêmica e relacionados a torneio esportivo, foram apreciadas em primeira instância nesta segunda-feira (28), sendo que 12 (doze) estudantes foram, nesta data, desligados da Instituição, e outros 11 (onze) estudantes receberam sanções regimentais que configuram suspensões e outras medidas disciplinares”, diz o comunicado.
A atlética permanece interditada por tempo indeterminado. “Comprometida com a transparência, os princípios éticos e morais, a dignidade social, acadêmica e a legislação vigente, a Faculdade Santa Marcelina reafirma sua postura proativa e colaborativa em relação ao assunto, perante as autoridades competentes”, conclui a nota da instituição.
O episódio foi denunciado pelo Coletivo Francisca, grupo formado por alunas e ex-alunas da Santa Marcelina. O coletivo apontou que o hino entoado inclui referências explícitas a crimes sexuais e até a integrantes da Igreja que atuam no corpo docente. “Além de extremamente violento, e com diversas alusões ao crime de estupro, o hino até mesmo faz menção a relações sexuais com membros da Igreja que compõe o corpo docente da faculdade (‘vem irmãzinha, pega no meu...‘)”, disse o grupo à época.
Os nomes dos estudantes punidos não foram divulgados. Até o momento, a defesa deles também não se manifestou publicamente.